Tenho quebrado
copos de vidro ultimamente. E espero que seja um sinal grego. Que o trincar do
vidro virando cacos virando pedaços no chão, me traga sorte. não há mecanismo
que me faça ter a sorte dos casamentos bem feitos, com porcelanas ao chão. No
lugar de jogar os copos, tenho jogado amarelinha com o amor.
Os meninos que
me passaram. Os relacionamentos sérios que nunca chegam. Realmente penso nunca
chegarão. E de março em março, invento desculpas a isso e aquilo. Acho que sou
um pêndulo que parou o movimento. Sem tempo, sem oscilação. Será que foi o
caminho que escolhe?
Por que escolher
a infelicidade?
Não, nenhum
deles pode me dizer que não me dei por inteiro. Essa é a única coisa que sei
fazer.
Mas também nunca
me vesti de noiva.
Já lavei a casa
com sal grosso. Alfazema e incenso. Tive os cacos que disputei até que
sentissem meu sangue correndo. Ou coração palpitando mais forte. Ou notassem
quantas ligações receberam em um dia. Ínsito em ter um amor platônico. E,
sinceramente, isso é um elefante branco. Uma comédia.
Que necessidade
é essa? Por que essa necessidade?
Sobre a dor sei
muito bem. As vontades de quando não se chega ao céu. Bloco de notas, estudos e
café. Cigarros e café. Café. Noites esticadas. Festas e sado-masoquismo.
Sado-masoquismo. Aflição e descaso.
E eu não sou o
garoto que joga a pedra na casa. Sou o jogo. Pinto de amarelo, dou a pedra. Mentira.
Eu também agarro com forças. Eu também movo o caminho que quero. Eu quero. E
quando não há nem jogadores, nem casa marcada, dou meu corpo aleatoriamente. Sem
desculpas, sem insistência.
À alguém que
queira.
Que borre
lambendo os demais quadrados. Chupe essa pedra. Me deixe perder a consistência.
Alguém que caminhe, não pule de casa em casa.
Talvez não possa
me vestir de noiva. Talvez não possa colocar uma grinalda no céu. Talvez nem
possa ser o céu.
Não conheço o
amor e seus jogos, e isso me dá o gosto de um pássaro recém-livre todos os
instantes.
Seria jogo se ao
meu corpo de homem me desse uma cafetina?
Há alguém que
queira? Há alguém que quero?
Se os noivos se
vestissem de amarelo. Se não existissem cavalos brancos, talvez eu mesmo pudesse
ser pássaro-recém-livre. Não, eu seria o céu.
Nenhum comentário:
Postar um comentário