sexta-feira, 5 de junho de 2009

Grata nova

Minha mente não estava naquele lugar nem naquele momento, eu viajava entre todos os conteúdos que deveria estudar pra passar no vestibular e o milionésimo que se encontrava dentro de todos os seres, e que sequer damos atenção a essa partícula tão individualizadora. O muro era tão branco.
Na cidade da Santa, São Jorge me aparece com uma moto e já segurava o dragão nas mãos. Ele me desafiou com seus olhos, eu pressenti o que iria acontecer, meu coração já rufava como tambores e atabaques: ele vai mandar eu parar. “Bote as mãos na parede”. Não, não, certamente o santo não falava isso comigo, hesitei, olhei desesperadamente ao meu redor e novamente o muro era muito branco. Que queria ele? Me castigar pelo que? Só pode ser castigo por atrapalhar sua visão.
Eu rodopiava e dançava uma dança de mistura entre floresta e céu, os sons se tornaram mais vivos, sentia-me tocando todos os instrumentos, cada gota de suor, cada músculo, mais nada se comprava ao meu coração. Minha mente fraquejou ante a imagem daquele ser que jamais calculara que iria me chamar a atenção, tanto que ela negligenciou notavelmente o “não olhe pra mim” ou o “que você tá falando” que só um homem dessa altura poderia impor. Realmente não sabia o que estava falando, eu não pensava, mas meu coração me recorda algo que realmente parece uma prece tão moderna quanto a imagem a minha costa.
Que nome darei aos outros que chegaram e pareciam possuir em suas mãos as mesmas marcas da vitória de S.J e que os davam direitos sobrehumanos? Não sei, isso porque prestava mais a atenção nas minhas fortes pernas, não sei se devo compara-lás a bambus. A brisa me agredia naquele calor multiplicado pelo muro branco atrás de mim? Então suas mãos me acariciaram quando minha posição lembrava a do maior dos santos na terra: Jesus Cristo.
Depois dessa inspiradora aparição o primeiro passo, segundo passo, terceiro e no quarto descobri que minhas pernas não pareciam com nada sozinhas , todo o meu corpo trêmulo era o de uma moça violada. Pernas de moça. Preciso de mais um gole de mim.

2 comentários:

Anônimo disse...

eu preciso de um gole seu.

Bjim* Laiana

Diogo de Oliveira disse...

Tenho rios infinitos.
A cada riso, abraço, olhar.

Bjus