terça-feira, 30 de junho de 2009

Doce Sol

Sinto-me no vigor de minha idade, nunca cursei melhor os anos do que estes que se foram. Aos quinze era um menino que muito entendia da vida, até hoje me orgulho e sempre me orgulharei. Minha mãe, moça sempre bem vestida com brincos de rubi comparava-me a eles, trazia-me uma mulher mensalmente a fim de educar-me da melhor maneira possível. Lembro-me de umas ou outras e hoje vejo que eram ótimas aulas nas quais aprendi a arte de lidar com mulheres, até me parece que ela gostava delas tanto quanto eu.
Certa professora ideal nos intervalos dos assuntos tinha a certeza de me trazer a melhor diversão com seu filho, uma flor de menino. As demais passaram muito de muitas coisas. Essas me chamavam pelo nome completo, Otavio Marcelo Marechal Douqom.
Também aprendi com minha família coisas que nunca poderia ser lecionado por um único ser, no exemplo de minha querida mãe e meu pai. Com eles o diálogo sempre foi mais além, quem tinha essa prática pouco fazia. Meu pai se expressava pelos próprios olhares e gesticulações, a sua expressão predileta era levantar a sobrancelha direita rebaixando a esquerda, o que me pega na ora de certas decisões.
Formei-me bacharel em direito e fiquei muito bem colocado no exame da OAB, dentro da ética e crítica normal de meus amigos, descobrimos um breve resumo para a ética: mantenha o rosto escondido, pois assim se guarda toda a privacidade e de porta fechada o mundo se abre.
Visto essas satisfações familiares e juvenis penso que melhor lugar para desempenhar meu papel seria com certeza a banca representativa do povo para o executivo local. Somente neste posto poderei usar das palavras que preenchem meus ofícios: solicitação...
Nota-se que há presenças especiais na minha vida e a academia não poderia deixar de tê-las, caso que me contribuiu muito para que eu entendesse mecanismos do processo eleitoral, um rapaz muito mal compreendido. De forma que me aconselhou em todo o curso, é simples, devemos ser capazes de flexionar nossos conceitos, liberar conceitos e assim criam-se conceitos.
Na minha campanha defendo pontos especiais, tendo como principal a educação, é notável minha ligação com ela, vejo na educação uma maneira única de criar conceitos e aumentar os que já possuo, haja vista que meu publicitário sempre me indicou dar conceitos aos necessitados que dessa maneira conseguiria minha candidatura com toda a certeza. Mas toda essa capacidade intelectual que possuo me fez transcender essas relações simples, tudo é conceito. Saúde, trabalho, as mais diversas atividades humanas podem geram os tais.
De maneira que a seqüência aqui posta sempre faz todo o efeito, primeiro vejo se é uma mulher, olho-a como meu pai e no momento advindo dou-lhe conceitos. Assim que sair os resultados das urnas e minha experiência dentro da câmera se consolidar tenho a certeza de escrever um livro que implicará na vida dos homens como eu e que o mundo esta cheio.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Aspas em crise

Definitivamente o inconsciente das luas me é trágico. O demônio que me carrega e da função a todos os meus sentidos se apodera do meu corpo inconsequentemente com revoltas que só percebo ao raiar do dia. Não, não preciso me masturbar.
Ele almeja tudo e tanto e tão forte que nenhum espaço capta meu movimento elíptico: pernas cruzam, o rosto se vira, mas não tem jeito, meus olhos cedem sempre. São uns fracos, olhos de um louco, acham que tudo que existiu pode ser contemplado. São novamente 4.30 h do dia anterior, essa epopéia me ilude fazendo consideração que o gosto ruim da minha boca ou a bexiga cheia sejam agravantes, não custa nada tentar. Levanto, escovo os dentes, procuro não mijar em favor da anjo que ressoa ao lado. Ele deve esta rindo agora.
Dirijo-me ao me âmago na espera que me seja cômodo e aquilo vem. Já começo a ouvir a primeira missa, ou reza diária do televisor do meu visinho, desespero-me loucamente, tento sufoca-lo durante e entre os surtos, repetindo “feche os olhos, respire fundo” ou “respire fundo, feche os olhos”. O diabo é que é astuto, não escarra nos meus olhos, esquenta-me prazerosamente pela lembrança de minha saúde. Arremata-me, me desenlaça (pensei em usar: ta no inferno, abraça o diabo, mas piada com glichê depois de três horas não tem a mínima graça) e concebemos uma semente primaria em um papelzinho bem guardado, cheio de minhas intenções.
Será que essa laboriosa delicia compreende o bem acima do bem? Só assim minha alma destrancou-se do meu corpo e os atos, aquilo que fazemos, não são a primazia do cume, já são o ápice das engrenagens desconhecidas, ou despercebidas.

Grata nova

Minha mente não estava naquele lugar nem naquele momento, eu viajava entre todos os conteúdos que deveria estudar pra passar no vestibular e o milionésimo que se encontrava dentro de todos os seres, e que sequer damos atenção a essa partícula tão individualizadora. O muro era tão branco.
Na cidade da Santa, São Jorge me aparece com uma moto e já segurava o dragão nas mãos. Ele me desafiou com seus olhos, eu pressenti o que iria acontecer, meu coração já rufava como tambores e atabaques: ele vai mandar eu parar. “Bote as mãos na parede”. Não, não, certamente o santo não falava isso comigo, hesitei, olhei desesperadamente ao meu redor e novamente o muro era muito branco. Que queria ele? Me castigar pelo que? Só pode ser castigo por atrapalhar sua visão.
Eu rodopiava e dançava uma dança de mistura entre floresta e céu, os sons se tornaram mais vivos, sentia-me tocando todos os instrumentos, cada gota de suor, cada músculo, mais nada se comprava ao meu coração. Minha mente fraquejou ante a imagem daquele ser que jamais calculara que iria me chamar a atenção, tanto que ela negligenciou notavelmente o “não olhe pra mim” ou o “que você tá falando” que só um homem dessa altura poderia impor. Realmente não sabia o que estava falando, eu não pensava, mas meu coração me recorda algo que realmente parece uma prece tão moderna quanto a imagem a minha costa.
Que nome darei aos outros que chegaram e pareciam possuir em suas mãos as mesmas marcas da vitória de S.J e que os davam direitos sobrehumanos? Não sei, isso porque prestava mais a atenção nas minhas fortes pernas, não sei se devo compara-lás a bambus. A brisa me agredia naquele calor multiplicado pelo muro branco atrás de mim? Então suas mãos me acariciaram quando minha posição lembrava a do maior dos santos na terra: Jesus Cristo.
Depois dessa inspiradora aparição o primeiro passo, segundo passo, terceiro e no quarto descobri que minhas pernas não pareciam com nada sozinhas , todo o meu corpo trêmulo era o de uma moça violada. Pernas de moça. Preciso de mais um gole de mim.

Suor em noite.

Algum resquício das sombras pairavam ante a conexão que liga essas cores reclusas. Não era o som ou a embriagues desinibidora, balisa instável entre felicidades e horrores, gente fundida no rastro do sol, reflexos dos olhos ao vento. Sentenciava-se ali. Os pequenos pensadores, grandes acomodados em suas mesas brancas, são os nominadores do momento, do show. Do espetáculo.
Sentado, todo o universo faz se sentir palpável, toca, sussurra. Instiga erguer, atravessar aquilo que não tenho mais e que por não pertencer mais a mim se faz de aço. Os olhos que se movimentam, frisam em mim, não um, todos, a igualdade que tanto ameaçava, tão desdenhada, surge com bocas, cinturas e músculos. Envolve e a neblina encouraçada derrete, escorregando para o céu de onde veio, porém não leva nada consigo.
Mesmo antes do nascer do sol o grand finale da graça, mas a festa não pára. A ignorância vai com seus rostos e as sombras vão com quem pode vê-las.